Em Salvador, Luiz Dulci defende que PT faça ativismo e conscientização social
Ex-ministro chefe da Secretaria Geral durante os oito anos de governo Lula e um dos coordenadores da campanha de reeleição do ex-presidente, Luiz Dulci participou na manhã deste sábado (20) do Seminário do PT de Todas as Lutas, no Museu Eugênio Teixeira Leal (Pelourinho). Durante o encontro, ele falou sobre a expectativa para as eleições de outubro na Bahia e “a grande chance” que o país tem, passada a pandemia da Covid-19, de ver o neoliberalismo derrotado.
“A expectativa internacional pela vitória do Lula é imensa. Com a pandemia ficou muito evidente a crise do neoliberalismo, e a direita no Brasil continua rezando nessa cartilha. Sem o SUS teríamos o triplo de mortes. A pandemia acabou com o ciclo histórico do neoliberalismo, e isso abre uma oportunidade para o Brasil explicitar uma outra visão de mundo. Está aberta a oportunidade de resgatarmos o papel do Estado e os valores solidários e humanísticos. Em seu primeiro comício, em BH, Lula defendeu isso: um Estado democrático e forte”, comentou.
Outro ponto importante abordado por Dulci em sua exposição é que não basta disputar eleições e deixar de lado a formação política e a conscientização da sociedade em se tratando de partidos de esquerda como o PT. Para isso, citou Paulo Freire, ao ensinar que só se aprende conscientizando e explicando o porquê das coisas. E elogiou a iniciativa do PT de Todas as Lutas, ao saber dividir parte do tempo entre o ativismo e a reflexão.
“Os governos Lula e Dilma foram extraordinários em criar direitos, mas talvez tenhamos pecado em não conscientizar a população. Se o Lula ganha a eleição, e acho que vai ganhar, vai haver um choque das nossas politicas públicas. Em um governo de transformação precisamos de sustentação parlamentar e social; do contrário, ele cai. Não basta usar um adjetivo contra a direita, chamar Bolsonaro de genocida, mas usar argumentos. Eles (as classes dominantes) já nos derrotaram e, se deixar, nos derrotarão de novo, mesmo Lula tendo feito um governo moderado de esquerda”. O petista reconheceu que a disputa na pauta de costumes e que envolve os direitos humanos e direitos das mulheres, povos originários, negros e lgbts, é um dos maiores desafios e terá de ser enfrentada.
Como coordenador da campanha de reeleição do ex-presidente Lula, Luiz Dulci afirmou que todo o esforço vem sendo feito para derrotar Bolsonaro no primeiro turno. Sobre o cenário na Bahia disse: “Eu não conhecia o Jerônimo, mas ele foi de uma solidariedade extraordinária na campanha do Haddad. O PT da BA é uma referência para o país. A Bahia é um dos estados mais populosos e se afirmou pelo nível de realizações e lideranças. Jerônimo é um exemplo”, disse o também ex-deputado federal e atual vice-presidente e secretário-geral do PT.
O Seminário do PT de Todas as Lutas contou com a presença dos deputados Josias Gomes (federal) e Jacó (estadual); de Ivan Alex (chefe de gabinete de Jacó) e Jeane dos Anjos, coordenadores da Escola de Formação Política Luiza Mahin; do vice-reitor da Ufba, Penildon Silva Filho; Everaldo Anunciação (ex-presidente do PT-BA); Gutierres Barbosa (coordenador do Setorial Inter-Religioso do PT nacional); da presidenta do PT de Salvador, Cema Mosil; Tami Messias (Executiva do PT); da coordenadora executiva da CDA, Camila Batista; professora da Ufba Renata Rossi; professores Franklin Carvalho e Sergio Guerra; presidenta do PSOL-BA Elze Facchinetti; presidente da UGT-BA, Marcelo Carvalho; assessor da Secretaria de Turismo da Bahia, Magno Lavigne; professor e advogado Vivaldo Amaral; militantes e representantes de diretórios e coletivos Malês, Barriguda e Centro de Assessoria do Assuruá, entre outros.
Fotos: Adson Brito