Valmir Assunção rebate ruralistas e critica agronegócio que desmata e usa de trabalho escravo
Durante reunião da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) subiu o tom contra os parlamentares ruralistas. Assunção se referiu às reações de deputados da oposição em relação às declarações de Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX). Ontem (28/3), em evento realizado na China, Viana disse que o desmatamento é uma realidade do Brasil e que foi ampliado nos últimos quatro anos.
“É fato e concreto que aumentou o desmatamento na região Amazônica, porque tinha um ministro da motosserra que dizia que podia passar a boiada. É concreto que o desmatamento na região Amazônica foi para criar boi e plantar grãos”, disparou Assunção.
De acordo com dados do Imazon, entre 2019 e 2022, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a área derrubada na Amazônia atingiu 35.193 km². O tamanho é maior do que os estados de Sergipe e Alagoas juntos. Na comparação com os quatro anos anteriores, o aumento foi de quase 150%.
Na China, Jorge Viana afirmou que nos últimos 50 anos foram 84 milhões de hectares desmatados, sendo que 67 milhões foram para a pecuária e 6 milhões para agricultura. Para o presidente da APEX, com técnicas sustentáveis, a necessidade de terras para pecuária seria de apenas 32 milhões. Viana ainda destacou o compromisso da agricultura brasileira em enfrentar o desmatamento.
“É necessário o agronegócio cuidar para que não se tenha trabalho escravo, para que não desmate e destrua a natureza. Essa que deve ser a preocupação central. Para quando os deputados e as lideranças do agronegócio mostrarem que não tem desmatamento, que não tem trabalho escravo. O Ministério do Meio Ambiente trabalha para que a produção brasileira esteja em consonância com as regras ambientais”, completou Valmir.