Agressões a pessoas públicas resultam da política de ódio da extrema direita, diz Jorge Solla
Tanto verbais quanto físicas, as agressões a pessoas públicas no Brasil são resultado da política de ódio incentivada pela extrema direita nos últimos anos, avaliou nesta quarta-feira (2), o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
A fala foi proferida durante a apreciação dos pareceres preliminares da representação feita no Conselho, pelo PSB, contra a deputada federal Carla Zambelli, por ela ter xingado o colega Duarte Júnior (PSB-MA), em abril passado, após discordar de uma fala do parlamentar.
“Nós precisamos estancar determinadas práticas aqui no Parlamento. Não dá para considerar natural que se use, no debate legislativo, não só agressões verbais, assim como agressões físicas e ameaças, como temos presenciado”, discursou Solla.
Na avaliação do deputado, os maus exemplos dados por alguns colegas parlamentares têm estimulado que parte da população adote a mesma postura desrespeitosa quando diante de pessoas públicas que ocupam cargos legislativos, executivos ou do Judiciário.
Como exemplo, Solla citou o recente ataque ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma (ITA), na volta ao Brasil, que culminou em uma agressão física ao filho do ministro, no último dia 14.
Na ocasião, o ministro estava acompanhado da família, quando foi hostilizado por três brasileiros no terminal, enquanto aguardava o embarque após participar do Fórum Internacional de Direito da Universidade de Siena como um dos palestrantes.
“Vivemos nos últimos anos o estímulo ao ódio, à violência. Posturas que foram incentivadas por partidos, parlamentares e grupos políticos na sociedade. A que ponto chegamos, com agressões a um juiz da Suprema Corte e sua família, não só com palavras”, lembrou.
Solla recordou, ainda, do assassinato do mestre capoeirista Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, em outubro de 2018, em Salvador, após a vítima discutir com um eleitor do então candidato a presidente, Jair Bolsonaro, por discordar da postura do político.
“Entre tantos outros casos que não tiveram tanta repercussão. O problema é quem estimula, propõe, fomenta e usa o ódio e a violência como estratégia política. Portanto, essas práticas precisam ser podadas não só nesta Casa, mas na sociedade”, concluiu.