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A nacionalização das eleições municipais – por Éden Valadares

Data de publicação: 08/08/2024

Nos ensina a tradição eleitoral que a disputa para prefeito e vereador é fortemente marcada pelos temas municipais. A Constituição de 1988 inovou quanto aos municípios, identificando-os como um dos entes integrantes da Federação. Eles podem legislar sobre assunto de interesse local, tem competência tributária própria e de auto-organização do Estado. E mais: ano após ano, as gestões municipais passaram a absorver maiores responsabilidades na implementação das políticas públicas de Educação, Saúde e Assistência Social, para citar algumas.

Desta forma, nada mais natural que a pauta eleitoral tenha como centralidade a questão local, pois cabe às autoridades de cada município estudar e propor soluções para os desafios enfrentados pelos cidadãos nas comunidades e bairros de suas cidades. Mas as conjunturas estaduais e nacional ficam totalmente de fora da disputa? É possível restringir as eleições de 2024 exclusivamente à questão local? Apesar do desejo (e reiterado discurso) do candidato derrotado ao Governo do Estado, ACM Neto, a resposta é: não.

Nem as cidades são ilhas isoladas das realidades estaduais e nacional; e nem tampouco a cabeça do eleitor é uma máquina eletrônica, onde se troca o chip e todo o histórico das disputas de valores, princípios e ideais são automaticamente zerados. Vivemos um período de intensa disputa política no mundo e no nosso país. Acabamos de atravessar processos que polarizaram fortemente a Bahia e o Brasil, como as vitórias de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente e de Jerônimo Rodrigues para governador. O eco de 2022 ainda alcança 2024 e o ex-prefeito de Salvador sabe disso.

Tanto sabe que ele é o primeiro a estadualizar as eleições ao se apresentar como “estrela” nas convenções que tem participado. Ele se utiliza dos palanques das cidades para se manter em permanente campanha ao Governo. Ora, se sua retórica fosse verdadeira, o mais correto seria deixar que apenas os prefeitos ou candidatos nos municípios falassem. Mas não é isso.

O que está por trás do discurso de ACM Neto é o medo que ele tem de Lula, do carinho que o povo baiano tem pelo Presidente e da sua capacidade de influenciar as eleições. Por isso estadualiza, mas rejeita, nega e foge da nacionalização.

Certamente o herdeiro carlista não terá caminho fácil. Qualquer arena política, dos púlpitos das câmaras às rodas de conversa no baba – passando pelas faculdades, igrejas, local de trabalho e almoços familiares – a nacionalização está presente. Quem votou em Lula, quem não gosta de Bolsonaro, o que é Fake News, até onde vai a liberdade de expressão, tudo isso está lá. E se está no dia a dia do povo, estará também nas eleições.

É aceitar e enfrentar. Ou negar e fugir. Não tem espaço para o tanto faz.

Éden Valadares, 42, é presidente do PT Bahia

 

Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, nesta quinta-feira (08)

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