Com Gleisi Hoffmann, ato em defesa da democracia reúne militância e movimentos sociais em Salvador
O ato político e cultural em defesa da democracia, realizado no Dia Nacional de Mobilização, neste sábado, 23, em Salvador, no Pelourinho, contou com líderes políticos, como a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, o presidente do PT Bahia, Éden Valadares, de parlamentares petistas, secretários de Estado, movimentos sociais e de outros partidos políticos. A mobilização foi promovida para reafirmar a proteção à democracia e pedir a não anistia aos responsáveis pelas tentativas de golpe no Brasil em janeiro de 2023, após a eleição do presidente Lula, além de relembrar os 60 anos da ditadura militar no país.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que a democracia brasileira deva ser preservada continuamente e destacou que é preciso estar atento para que não ocorram novas tentativas de golpe. “E para a gente relembrar o que foi 64 para a gente nunca mais ter ditadura no Brasil. Acho que a luta pela democracia é essencial no nosso campo, sem democracia a gente não tem conquistas, a gente não tem espaço para luta, para a fala. Então relembrar que nós tivemos em um passado recente, de 40 anos na ditadura, foi ruim para o Brasil do ponto de vista da democracia, é importante. E também para relembrar os atos recentes, porque a nossa democracia foi atacada. O governo de Bolsonaro foi um governo que atacou o tempo inteiro a democracia, e quando o presidente Lula se elegeu, que ele não queria isso, não pretendiam isso, criaram uma ofensiva”, disse Gleisi, ao se referir à tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 e criticar duramente os pedidos de anistia aos responsáveis.
Sobre os pedidos de anistia, o deputado federal pelo PT, Valmir Assunção, destacou que os ataques às sedes dos três poderes foram planejados. “Acredito que quem participou que foi identificado, quem dirigiu, quem participou indiretamente, quem financiou, essas pessoas estão sendo julgadas, estão sendo condenadas. Não cabe à Câmara Federal fazer um projeto de anistia para essas pessoas, não cabe porque vai dar um mal exemplo para a sociedade. Ou seja, se isso acontecer, dar anistia significa que qualquer cidadão pode cometer qualquer crime, em qualquer momento, que o parlamento brasileiro vai dar anistia? Não pode isso. É uma regra do jogo estabelecido, ter a Constituição Federal estabelecida, nós não podemos abrir mão”.
O parlamentar petista ressaltou que a retomada de fazer atos unificados é fundamental para a democracia. “Porque em uma democracia você precisa de um governo que seja democrático, como nós temos com o presidente Lula e o governador Jerônimo, mas também é preciso que os movimentos sociais, populares e sindicais sejam fortes, e quando unifica um ato desse com diversos, isso fortalece também os movimentos. Ou seja, fortalece a democracia. Agora nós temos que entender que democracia significa o povo ter direito a trabalho, ao salário, à educação, à saúde, a oportunidades. E isso nós temos construído todos os dias, e o governo Lula está fazendo um esforço muito grande para isso, mas é preciso do povo nas ruas para concretizar isso”, disse Valmir.
Estiveram presentes no ato em Salvador, neste sábado, mais de 40 movimentos sociais, como o de mulheres, negro, LGBTQIA+, de moradia, de terra, representações sindicais, associações. A prefeita de Lauro Freitas, Moema Gramacho, falou sobre a união dos partidos, da militância, dos movimentos e da sociedade civil para fortalecer a democracia. “É essa resistência que nos fez sobreviver à ditadura, que nos fez sobreviver a todos os golpes, é essa resistência que vai nos fazer não arredar um milímetro de exigir a punição dos responsáveis pelos golpes, inclusive por esse último golpe. E, portanto, companheiros e companheiras, nós temos que estar juntos contra toda e qualquer forma de genocídio, de opressão, de tentativa de acabar com a democracia”.