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Marta Rodrigues se solidariza com professora vítima de racismo religioso em escola de Camaçari: “Educação antirracista é lei e precisa ser cumprida”

Data de publicação: 26/11/2024

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), se solidarizou, nesta terça-feira (26), com a Ekedi do Terreiro de Lembarocy, professora Sueli Santana, vítima de racismo cometido pelos alunos da escola a qual ensina, no bairro de Abrantes, em Camaçari.

A professora Sueli Santana registrou uma queixa no Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por causa das agressões verbais e físicas que vem sofrendo por parte de alunos da instituição por ser candomblecista. Em uma certa sexta-feira, quando a docente estava vestida de branco em respeito ao orixá Oxalá, alunos a apedrejaram e proferiram insultos como “bruxa”, “demônia” e “satanás”.

“Todo meu respeito à Ekedi Sueli, que enfrenta a batalha de entrar numa sala de aula para melhorar a educação dos jovens, mesmo diante desse cotidiano de racismo pelo qual passa. Se faz mais do que urgente que as instituições de ensino façam trabalhos efetivos de combate à discriminação, o que inclusive está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a principal lei da educação no Brasil”.

Marta afirma que os atos promovidos pelos estudantes são ‘absurdos’ e evidenciam o hiato ainda existente entre o cronograma pedagógico e a educação antirracista nas escolas, promovendo a inclusão e o respeito à diversidade religiosa.

“O caso foi em Camaçari, mas poderia acontecer em qualquer escola de qualquer cidade, pois o racismo estrutural opera sem amarras. Daí a importância da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira em toda a educação básica. Não podemos deixar que jovens reproduzam nas escolas o discurso de fanatismo e de fundamentalismo religioso ouvido dentro de casa, num ambiente muitas vezes hostil ao respeito, ao direito do outro e à diversidade religiosa do país”, diz.

“Esse é um caso que nos causa muita tristeza, pois são jovens de uma escola pública, cuja maioria é negra, adotando o discurso do inimigo que é o discurso de ódio, o racismo religioso e o fanatismo”, declarou.

Segundo a vereadora, a secretaria municipal de educação de Camaçari precisa tomar as medidas cabíveis dentro das diretrizes da LBD. “O MP-BA tem que fazer sua parte, mas o município precisa angariar todas as forças para combater o racismo dentro dessa escola e torna-la um ambiente de harmonia e respeito entre as diferenças, como toda instituição de ensino deve ser”, destacou.

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