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“População pode sair da vulnerabilidade com alternativas ambientais”, diz novo secretário nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT

Data de publicação: 11/01/2022

Eleito novo secretário do Setorial de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores, o baiano Penildon Silva Filho, filiado ao PT Bahia há mais de 30 anos, afirma que o grande desafio do setor no Partido é manter a pauta ambiental na centralidade do debate nacional e na elaboração do programa de governo de Lula. O objetivo é promover discussões de desenvolvimento sustentável e demonstrar a viabilidade de aliar alternativas ambientais à inclusão social, geração de emprego, renda e redistribuição de renda, além de promover o reflorestamento do país, que sofreu grandes desmatamentos na gestão de Jair Bolsonaro.

“O atual modelo de desenvolvimento predatório, muito feito pelo garimpo ilegal, pelo agronegócio, não gera desenvolvimento, renda, redistribuição de renda e nem criação de postos de trabalho. Muito pelo contrário. Concentra renda, destrói o meio de subsistência de várias populações locais e não aumenta o IDH. Isso é o que pode ser visto em pesquisas que mostram que o IDH caiu onde houve expansão da fronteira agrícola e desmatamento”, afirma Penildon.

O secretário destaca, dentre as novas formas de gerar emprego, renda e promover distribuição de renda, os investimentos na transição ecológica, em grandes empreendimentos sustentáveis, ciência e tecnologia, desenvolvimento de pesquisas voltadas para biotecnologia e também no reflorestamento. “A população pode sair da vulnerabilidade com alternativas ambientais. A cada mil hectares de florestas repostas de reflorestamento, teremos a criação de 200 empregos diretos. Como planejamos fazer o reflorestamento de 12 milhões de hectares, significa a criação de 2,4 milhões de empregos. Já foi feito em outros países e deu certo, como na China, e pode ser implantado no Brasil”.

Outra alternativa é apostar na agricultura agroecológica, uma tecnologia de produção agropecuária que combina agricultura, pecuária e manutenção da floresta sem utilização de agrotóxicos e com neutralidade na emissão de carbono. “Já existe tecnologia pronta e desenvolvida para as agroflorestas, com maior rentabilidade e produtividade que o agronegócio tradicional”, explicou Penildon, que destacou o trabalho realizado nesse setor pela Embrapa por demanda dos governos de Lula e Dilma Rousseff. Os investimentos da estatal num futuro governo Lula serão voltados, de preferência, para cooperativas, pequenos agricultores e movimento dos agricultores, dentre outros.

A gestão atual do Setorial de Meio Ambiente será de continuidade à do ex-secretário Nilto Tatto, um dos responsáveis por assegurar que a pauta ambiental estivesse no centro das discussões por meio de debates e mobilizações sociais. Na Bahia, Penildon ressaltou que o “trabalho pela construção de uma alternativa de desenvolvimento sustentável e preservação ambiental já conta com a atuação do senador Jaques Wagner, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal. O trabalho que o senador vem fazendo já virou referência e vai ajudar muito o presidente Lula”.

O novo secretário afirmou que o compromisso do PT é de reconstrução e criticou o processo de destruição do arcabouço de proteção ambiental por parte do Governo Federal. “Foram cortes de recursos no Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Chico Mendes, do Ibama ao mesmo tempo que temos a transferência da gestão das águas para o Ministério da Agricultura e a liberação de mais de mil tipos de diferentes agrotóxicos desde que Jair Bolsonaro assumiu. Tudo isso demonstra que estão, de fato, ‘tentando passar a boiada’”.

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