PT, 44 anos de democracia: da luta contra a ditadura à vitória sobre o fascismo
“Quando alguém colocar dúvida sobre a democracia no Brasil, não tenham receio de utilizar a minha história e a história do meu partido como garantia de sua existência. Somente o exercício da democracia permite que um país do tamanho do Brasil tenha uma alternância de poder que leve um metalúrgico à Presidência da República.”
O discurso de Lula no ato Democracia Inabalada, que celebrou o aniversário de um ano da vitória sobre os golpistas de 8 de janeiro, nos ajuda a lembrar um dos principais compromissos do Partido dos Trabalhadores desde sua fundação: a defesa incondicional da democracia.
Nascido em 10 de fevereiro de 1980, em plena ditadura, o PT é resultado direto do desejo de operários por democracia real. Lula teve a ideia de criar o partido em fevereiro de 1978, quando, então líder sindical, viajou a Brasília para entregar reivindicações aos deputados e senadores. Na capital, fez uma estarrecedora constatação: dos 430 parlamentares que formavam o Congresso Nacional, apenas dois – Aurélio Peres e Benedito Marcílio – eram operários.
Ver o Legislativo dominado por uma elite simpática à ditadura militar fez Lula vislumbrar a criação de um partido dos trabalhadores e das trabalhadoras. E a ideia se tornou realidade dois anos depois, em cerimônia no auditório do Colégio Sion, no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
Em 1982, o PT conseguiu seu registro oficial no TSE e elegeu seu primeiro prefeito, Gilson Menezes, em Diadema (SP). Nos dois anos seguintes, o partido juntou-se ao movimento Diretas Já e, em 1986, elegeu 16 deputados federais, incluindo Lula. Operários, pela primeira vez na história, ajudariam a escrever a Constituição brasileira, promulgada em 1988.
Com Lula, o PT chegou em segundo lugar nas eleições de 1989, 1994 e 1998. Depois, o país sentiria o gosto da real democracia, ao ver um ex-metalúrgico, em 2003, e uma mulher, em 2011, se tornarem presidentes da República.
Respeito e compromisso
Em 13 anos, os governos petistas contribuíram para a construção da democracia. A fome deixou de existir, os trabalhadores viram o salário mínimo ser valorizado, jovens pobres e negros tiveram acesso à universidade, as desigualdades foram combatidas.
O respeito e o compromisso do PT com as instituições democráticas são tão grandes que não deixaram de existir nem mesmo quando o Legislativo e o Judiciário foram usados por alguns para dar um golpe em Dilma Rousseff e prender Lula. Buscou-se a verdade na justiça, e a verdade foi vitoriosa.
Assim como foi vitoriosa, mais uma vez, a democracia brasileira, que disse não ao projeto fascista e autoritário de Jair Bolsonaro e trouxe de volta à Presidência o operário Lula, cuja nova missão é unir e reconstruir o país, para fazê-lo avançar ainda mais.
Hoje, ao celebrar 44 anos de existência, o PT se tornou um partido do tamanho e com a cara do Brasil. Conta com diretórios organizados em quase 4 mil municípios e reúne em sua militância, em seus filiados e suas lideranças toda a diversidade da sociedade brasileira — homens e mulheres, trabalhadores do campo e da cidade, brancos, negros e indígenas, LGBTs, pessoas com deficiência, de jovens a idosos.
Em 2024, duas importantes missões recaem sobre este partido. A primeira é fazer com que o campo progressista eleja o maior número possível de prefeitos e prefeitas e ampliar ao máximo seu número de vereadores e vereadoras.
A outra é continuar apoiando Lula a cumprir sua missão, impedindo assim o retorno dos fascistas sem apreço algum pela democracia. Estes foram derrotados nas eleições de 2022, foram derrotados mais uma vez em 8 de janeiro de 2023 e certamente continuarão conhecendo a derrota. Porque a democracia não é um valor caro apenas ao PT, mas à grande maioria dos brasileiros. E é ao lado dessa maioria que no colocamos até hoje e nos colocaremos sempre.